terça-feira, 13 de outubro de 2009

Mãe, eu te perdoo

perdao Quando terminei de ler A Cabana, pensei em quem eu poderia estar com a mão no pescoço, quem eu precisava perdoar, e, naquele momento, não encontrei ninguém.

Não me achei uma pessoa melhor por isso, apenas não tinha pensado em nada mais profundo. Mas hoje, quando perguntei a minha mãe se ela queria ir comigo visitar minha ex sogra (que será minha sogra pra sempre) no hospital, ela disse “sim” e nesse “sim” vieram meus questionamentos sobre o comportamento dela naquele local.

Ela ficou brava, disse que eu a estava tratando feito criança, que ela sabia se comportar, mas meu medo era que ela pudesse magoar aquela mulher que tanto amo (e é recíproco) e seu filho que minha mãe tanto odeia.

Deu tudo certo, graças a Deus e pra variar, minha sogra me fez chorar no final (ela sempre faz isso), mas vi que ela está bem e acredito profundamente que ela vai melhorar, porque ela quer melhorar, porque é uma mulher forte que vive aprendendo com seus erros (coisa que muitos de nós não fazemos).

E percebi, contudo isso, que eu necessito tirar as mãos do pescoço da minha mãe. Eu preciso perdoa-la, quem sabe seja isso que me prende tanto nessa fase da minha vida que não estou gostando muito de viver.

Mãe, eu te perdoo por todas as vezes que falou sem pensar e me magoou muito, te perdoo pelas muitas vezes que jogou na minha cara que eu não era nada, te perdoo pelas inúmeras vezes que me fez sentir um nada, com tanta coisa e não sabendo aproveitar nem a metade. Mãe, te perdoo por não querer aprender informática e nem aceitar uma sugestão minha de um bom livro. Mãe, te perdoo por viver brigando com as minhas cachorras, o tempo todo, parecendo que quer me enlouquecer. Te perdoo por tudo e por muito mais coisas que nem me lembro agora, te perdoo porque sei que quem sabe um dia serei como você é agora, te perdoo porque sei que me ama profundamente e sempre quis me ajudar, te perdoo porque sei que muitas vezes ficou nervosa não sabendo o que ia ser da minha vida, te perdoo por você ter medo de eu não me realizar e me tornar amarga.

Descobri também que a devo ter magoado muitas vezes, porque tudo o que fazemos e falamos se torna cíclico, então pretendo mudar o meu comportamento com ela para que ela mude comigo, e possamos apenas ser mãe e filha.

Realmente me sinto mais leve perdoando minha mãe e a entregando nas mãos de Deus, para que Ele saiba como agir com ela e comigo também, para que Ele nos guie em seu melhor e mais iluminado caminho.

Sábado à noite eu clamei por ajuda e sei que Ele me ouviu.

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