´Eu escrevo pra nada e pra ninguém. Se alguém me lê é por conta própria e auto-risco.´ Clarice Lispector
sábado, 10 de outubro de 2015
Eu cresci com medo de Nostradamus
O ano era 1977. Eu nasci. E infelizmente cresci com medo das profecias
de Nostradamus para o ano de 1999. Eu fazia as contas e sabia que viveria até os
meus 22 anos, então, se o mundo ia mesmo acabar, como eu acreditava, teria que
“acelerar” o processo das coisas que eu gostaria de realizar. Uma dessas frases
assustadoras, dizia: “No ano de 1999, sétimo mês, do céu virá o grande
terror.” Lembrem-se que naquela
época não tinha internet, nem celular, nós vivíamos das notícias da TV, pura e
simplesmente, e quando esse ano foi se aproximando, só se falava disso. Eu
pensava ser muito injusto porque eu ia morrer na flor da idade e não eu não
teria tido tempo suficiente de fazer tudo o que eu gostaria de fazer. Não me
lembro bem dos anos, a ordem cronológica de tudo isso, minha mente é assim, me
desculpem, mas me lembro de ter procurado, a minha vida toda, para uma
explicação para tudo isso, uma explicação que fizesse sentido na minha mente,
quando veio o medo do cometa Halley, em 1986. Alguns diziam que tínhamos de ver
pois só passaria de novo em 75 ou 76 anos. Fiz as contas de novo e vi que não
estaria viva para apreciá-lo novamente. Mas algumas teorias conspiracionistas
diziam que o cometa poderia se chocar com a Terra e destruir tudo, antes mesmo
do ano 2000. Aí fiquei apavorada. Vi que o tempo era meu inimigo mesmo, e
declarado. O cometa passou e eu fiquei viva.
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